Praça Botero e Museu da Antioquia
Há pouco tempo, fui fazer uns exames para meu novo trabalho. Peguei o metrô e desci no Parque Berrío, no centro de Medellín. Ao descer, parecia São Paulo. Várias pessoas correndo contra o tempo, ambulantes vendendo DVD, CD e capa de celular. Curiosa com tudo o que me cercava, olhei para frente e vi uma igreja católica lotada em plena terça-feira. Fiquei surpresa. Nesse dia, comprovei a religiosidade colombiana.
Como fazia pouco tempo que estava aqui, queria encontrar logo alguma estátua de Botero. Na pesquisa que eu fiz antes de vir pra cá, sabia que tinham várias e em praças. Mas, né? Cadê? Eu tinha o feeling de que estava perto. Fiz o que devia fazer e, como havia ficado de jejum por três horas (isso pra mim é um martírio), não desbravei o que queria. Fui para casa. Como estava próximo do fim de semana, pegamos o mapa e fomos ao Museu da Antioquia. Antes dele, há uma praça, a Botero. De lá, dá para ver também o Palácio da Cultura que é lindíssimo.
Camila, fófi, o que o museu, a praça e o Palácio da Cultura têm a ver com a sua ida ao centro?
É aí que vem a história de arrependimento: era AO LADO do lugar em que eu estava. Valeu a pena chegar em casa e comer arepa com queijo e não ter visitado algo novo? Quando me faço essa pergunta, não sei responder.
Chegando na praça, depois de reconhecer algumas estátuas (há vinte esculturas de Botero), entramos no Museu: imponente, com portas de ferro trabalhadas, grandioso e muito bonito. Subimos em uma escadaria que nos mostrava a Sala de Arte Internacional. Muitas das obras que ali estavam eram do acervo pessoal de Fernando Botero: além de ser artista plástico, é colecionador de arte e doou boa parte de sua coleção ao Museu de Bogotá e ao da Antioquia. Tal acervo conta com o nome de grandes artistas mundiais. Como, por exemplo, o italiano Giácomo Mansú. A primeira obra doada ao museu foi “Exvoto” em 1975. Com essa pintura de sua autoria, participou da Bienal de Arte de Coltejer no ano de 1970. Esse evento aconteceu em 1968, 1970 e 1972. Foi muito importante por influenciar a nova geração de artistas e colocou a cidade na cena artística mundial. Observada a importância do material criativo e produzido nesses anos, essa bienal ganhará uma sala permanente.
Caminhando mais um pouco, há uma sala bem lúdica feita para que crianças descubram mais Fernando Botero. O nome da sala é Pedrito Botero. Este é o nome do filho dele que morreu ainda criança em um acidente. Com a dor, fez a obra de um menino uniformizado de azul com capacete, em cima de um cavalo de madeira.
Lá, entrei e me diverti com os espelhos. A ideia é fazer com que nos sintamos um personagem de Botero. Eu, particularmente, fiquei a mesma coisa. Será que foi um uma indireta? Fica a reflexão. Há, também, roupas semelhantes a de Pedrito para que as crianças possam vestir, espelhos com o cavanhaque e os óculos de Botero para que possam se “disfarçar” dele… é muito legal. Vale a pena. Bom para as famílias que levam crianças. Museu grande é cansativo. Para elas que clamam por novidade a todo o tempo, é uma boa trégua. Na verdade, é divertido para todas as idades.
O lugar é todo muito bem dividido e conta com uma área comum bem arborizada. Há um café charmosinho, mas, no dia, estava fechado.
Há várias exposições permanentes, uma que também me chamou atenção foi “El barro tiene voz“. Mostra as cerâmicas feitas pelos ancestrais pré-colombianos. Incrível!
Quanto mais eu vivo a cultura latina, mais eu acho rica e vasta. Devemos caminhar por aí, deixar (por que não?) a arepa com queijo pra depois. Não me restam dúvidas: conhecer o Museu da Antioquia me deixou ainda mais próxima da Colômbia.
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Museu da Antioquia
Endereço: Carrera 52 # 52 – 43, centro.
Para ir de metrô: desça no Parque Berrío.
Aberto todos os dias. De segunda a sábado: das 10h às 17h30min. Domingos e feriados: de 10h às 16h30min.
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Preço: COP 10.000 por pessoa.
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Escrito por Filipe Teixeira
Escritor amador e ansioso profissional.