Singapura – Cidade 8 de 50 Ou A menina mimada da Ásia

2 de março de 2015 | Escrito por Juliana Santiago | Desafio das 50 cidades

Nasceu sem belezas naturais – árvores raras, florestas, praias. Mas tinha dinheiro. Muito. E, por conta disso, decidiu ser bonita. Mais que isso! Decidiu ter tudo do melhor e do maior.

Queria a maior roda gigante do mundo e aí está: Singapore Flyer, com 165 metros de altura, superando, inclusive, a London Eye (com míseros 135 metros). Queria um aeroporto 5 estrelas e super premiado. Então construiu o Changi Airport. Queria ainda um borboletário nele, e o tem. E para arrojar a lista de caprichos: quis uma piscina gigante no alto de um edifício com vista para o país. Coisa simples.

Singapura é uma “cidade-estado-país”. Do alto do edifício Marina Bay Sands, no bairro Marina Bay, consegue-se vê-la toda panoramicamente. Uma vista magnífica, até que alguém lhe diz: o país é só isso mesmo. Sim, estava-se vendo um país inteiro do alto de um edifício!

Singapura

Singapura de dentro da cápsula da Singapore Flyer.

Uma megalópole monumental. Quem vem das grandes capitais sente em poucos dias o que Singapura tem para oferecer: a já conhecida vida urbana, porém em proporções gigantescas. O movimento da cidade-estado é pautado no consumismo e ilustrado por belas meninas de cabelos hidratados, bem vestidas, falando aos celulares, andando às pressas, levando sacolas de marcas caras rumo ao horizonte da infinidade de shoppings centers e arranha-céus. Eu mesma, enquanto turista naquele meio, me senti levemente suja por estar de chinelos e ter cabelos ondulados.

A beleza comprada, o bem-vestir, os cabelos lisos e, claro, os eletrônicos, parecem lei naquele país onde a adolescência – que transita vigiada pelas câmeras dos metrôs às ruas – dita as tendências do mercado.

A multiculturalidade também se faz presente em Singapura. Lá, têm-se quatro línguas oficiais: o inglês, o malaio, o mandarim e o tamil. Os bairros são como mini-cidades para onde os imigrantes levaram sua cultura natal e lá fincaram raízes. Chinatown e Little India são exemplos disso. Nesses lugares especialmente, chineses e indianos são donos das lojas, lanchonetes, mercadinhos e comercializam seus próprios produtos, ao seu próprio estilo.

singapura

Piscina no alto do Marina Bay Sands: exclusiva para hóspedes.

O neon asiático contorna a vida noturna do lugar. Ficamos hospedados no bairro Gaylang, conhecido como bairro de prostituição. Lá, esse serviço oferecido com relativa discrição, movimenta a vida econômica do lugar. Em Gaylang, encontra-se facilmente um restaurante indiano, um sexy shop e uma loja de eletrônicos, uma vizinha a outra e as três abertas A QUALQUER HORA!

Às três da madrugada, as ruas da Gaylang estão lotadas de singapurenses comendo e bebendo muito nos restaurantes e bares. Lojistas e camelôs (em menor proporção) tentam vender toda sorte de produtos sem demanda, as prostitutas levam vida às mesas cheias de homens e nós, mesmo com passagem marcada, tínhamos o afã de devorar o que a memória alcançasse.

A menina mimada da Ásia também é (segundo este site) a cidade mais cara do mundo para se viver, isso porque até a água é exportada, dada a escassez de recursos naturais já mencionada. Tudo isso é compensado com neon nas ruas, com o metrô, com o campo de futebol flutuante, com a organização no trânsito, com a segurança, com a diversidade de opções de compras, o que a faz, também – e este é mais um título que eu a concedo -, “a cidade dos sonhos do Sistema Capitalista”.

Deixe um comentário

Escrito por Juliana Santiago

Nunca comprou melhorias no Candy Crush.