6 opções de lugares para chamar de lar
Encontrar um lugar para fincar residência no exterior é uma das ações mais importantes para quem terá de viver em outra cidade, estado ou país por mais de um mês. Isso porque o ambiente para o qual voltamos depois da rotina de atividades tem influência crucial sobre nosso desempenho, energia, bem-estar, sono e organização pessoal.
A escolha do local de morada exige autoconhecimento: o que sou capaz de suportar? O que não consigo? O que é mais e menos importante: privacidade, limpeza, proximidade do trabalho, espaço, cozinha, economia, conforto, convivência?
Quem já teve ao menos minimamente a experiência de sair da própria zona de conforto pra fazer morada em outro espaço (e com outras pessoas) talvez saiba responder a essas perguntas com mais clareza. Quem, no entanto, nunca passou por isso, aí vão seis opções de lugares baseadas em seis experiências de moradia que tive no exterior que podem ajudar a ver as vantagens e desvantagens de todas.
1. HOTEL
Hotel: uma opção de moradia.
Morei em hotel durante um mês enquanto procurava casa. Quarto simples: cama de casal, ar-condicionado, banheiro, frigobar, TV e internet Wi-Fi. Como tinha amigos morando em quartos próximos, foi uma experiência dosada de convívio e privacidade.
Vantagens: privacidade, limpeza e conforto são os pontos mais altos. E vale ressaltar que há café da manhã, limpeza dos quartos e serviço de lavanderia diariamente, deixando tempo para que nos dediquemos a outras coisas.
Desvantagens: quem precisa de uma cozinha ou necessita mudar de cômodos certamente vai sentir o desconforto. Usar a copa do hotel diariamente passa a ser incômodo. Além disso, comer fora passará a ser um hábito, o que deixa o quesito economia bem prejudicado.
2. CASA DE FAMÍLIA
As tranquilas ruas de Barranquilla: lugar sossegado e seguro para se viver.
Morei na cidade de Barranquilla (Colômbia) na casa da família de um colega.
Vantagens: convivência. Todos os dias, você, com certeza, encontrará gente que conversará com você, poderá orientá-lo a se locomover na cidade e perguntará como você se sente, de modo que o sentimento de solidão e saudade poderão ser menos frequentes. Um espaço razoável, limpeza e economia moderada (tendo em vista as outras vantagens que viver com uma família traz) também se destacam.
Desvantagens: você até pode ter um quarto, conseguir estudar, mas a falta de privacidade no sentido de poder receber visitas em qualquer horário ou dar uma festa pode fazer falta para quem gosta desse estilo de vida.
3. CASA MISTA E MULTINACIONAL
Um apartamento com quatro moradores: dois homens e duas mulheres – um americano, uma descendente de latinos criada em Chicago, um alemão e eu de brasileira. Todos na Colômbia. Como estávamos todos fora de seus países, havia muita união, muita festa e muita amizade acima de tudo. E, claro, alguns pequenos problemas de cotidiano inevitáveis.
Vantagens: convivência foi um ponto altíssimo. Por mais que nós quatro precisássemos de momentos de solidão às vezes, sempre jantávamos juntos, conversávamos e fazíamos festas no apartamento. Isso só aconteceu porque os quatro tínhamos faixa etária, interesses e estávamos em um momento de vida muito parecidos, o que qualificou essa experiência feita às cegas, pois não nos conhecíamos antes disso. Além disso, a economia na divisão de aluguel e despesas, a privacidade de termos cada um seu quarto e o conforto são outros pontos positivos.
Desvantagens: louça suja, coisas espalhadas pela sala, certa bagunça e o estado do banheiro podem comprometer a qualidade da convivência – já que ninguém quer ser chamado atenção e menos ainda viver em um ambiente sujo. A verdade é que nem todos se importam com bagunça e sujeira, podendo chegar, até, a achar trivial pagar por uma faxina semanal. E, acredite, isso pode gerar um grande problema, tanto para quem se importa quanto para quem não o faz. Quem está em minoria quanto a querer ou não festas ou pagar por um serviço também corre riscos de acabar isolado. E, por último, a convivência pode acabar sendo a pior das desvantagens para quem não está disposto a cooperar em qualquer sentido com a casa coletiva. Eu considero que tive sorte, mas muita calma nessa hora.
4. CASA DIVIDIDA COM NAMORADO/A
Vocês se conhecem, se gostam, começam a ficar e, em pouco tempo decidem viver juntos. Adultos e com certa fonte de renda, vocês estão longe da terra natal, querem economizar dinheiro e são um par romântico (até segunda ordem). Por que não, afinal?
Vantagens: economia, conforto, cozinha. Se o casal estiver no momento de viver uma relação sossegada e sob pouca expectativa, a convivência pode consolidar uma forte parceria.
Desvantagens: a convivência põe em xeque muitas coisas da relação. O romantismo vai dando lugar à praticidade da rotina. A intimidade cresce e com ela as tensões também passam a ser compartilhadas. Se você, nesse momento, realmente quer essa convivência intensa que a vida a dois oferece, saiba que é preciso paciência. Muita. Afinal, estar longe de casa traz alguns “extras”.
5. CASA DIVIDIDA COM MAIS 3 MULHERES
Dividir casa com amigas: limpeza, privacidade e economia em alta.
Mais uma vez tive sorte. Morei com duas alemãs e uma americana em um apartamento. Por sermos todas mulheres, tinha muito pra ser algo conflituoso e haver disputa de território. Mas, reforço, éramos quatro estrangeiras longe de casa e estávamos em um momento da vida muito parecido.
Vantagens: privacidade, limpeza, conforto são garantidos quando se está entre mulheres. E, quando com sorte, boas amigas.
Desvantagens: espaço. Numa casa de mulheres, é melhor não ser espaçoso, nem espaçosa. Encher a casa de amigos todos os dias, deixar coisas espalhadas, usar itens dos outros, não tirar cabelo do ralo são coisas mais propensas a chamar a atenção de uma mulher do que a passarem despercebidas. Na dúvida, faça e deixe tudo no seu quarto.
6. SOZINHO/A EM UMA CASA
É bom, de fato. Porém, para alguns, inconcebível.
Vantagens: Comida limpa feita na sua cozinha, do seu gosto. Poder convidar quem quiser a qualquer hora. Conforto, espaço e privacidade inquestionáveis.
Desvantagens: Propensão a momentos de solidão além da conta. Nada econômico bancar uma casa sozinho (só se for um quartinho). A convivência dentro desse espaço míngua e fica devendo à habilidade de ceder. A menos que você pague alguém pra isso, ninguém fará sua comida. Quem precisa conversar depois de um dia difícil ou de um dia agradável já não pode contar com um roomie.
Na dúvida, saia testando.
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Escrito por Juliana Santiago
Nunca comprou melhorias no Candy Crush.