Cartagena de Índias, Colômbia – Cidade 2 de 50

28 de novembro de 2014 | Escrito por Filipe Teixeira | Desafio das 50 cidades

Quando morei na Colômbia, fui acometido do chamado el espíritu viajero. Qualquer feriado era motivo para uma viagem. E, nos cinco meses em que morei lá, o maior feriado de todos foi o da Semana Santa. E entenda semana como sete dias de fato. Juntei a galera e saímos de Medellín para o litoral norte do país – ou Caribe colombiano pros mais esnobes.

O calor

Partimos de Medellín às 22h30 de um sábado e chegamos a Cartagena perto de uma da tarde do dia seguinte. O começo da viagem se resume a muitas curvas, pois tivemos que descer os 1.500 m de altitude da montanha mais linda do mundo até o nível do mar. Quando saímos do ônibus, o bafo quente e úmido do clima de Cartagena nos deu as boas-vindas. Em cinco minutos estávamos pingando de suor e morrendo de saudade de Medellín.

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El libertador!

Éramos um grupo de cinco pessoas. Pegamos dois táxis em frente à rodoviária diretamente para o hostel, que ficava num bairro chamado Getsemani. O estabelecimento não era lá grande coisa, mas valeu o que pagamos. Caminhamos pela orla, que me lembrou muito Fortaleza, e almoçamos no primeiro restaurante cujo valor da comida era mais razoável do que deixarmos lá nossos próprios rins. Até aquele momento, Cartagena não estava ainda valendo a pena.

A muralha

Esse primeiro dia não nos proporcionou muitas emoções, a não ser um frango gordurosíssimo que eu comi numa espécie de KFC costeño. Mas no dia seguinte caminhamos para o lado certo e conhecemos a Cartagena dos guias turísticos. Entramos na Ciudad Vieja, o lado de dentro da muralha, e nos deparamos com um lugar completamente diferente do que havíamos visto no dia anterior. As ruazinhas estreitas, os casarões, as cores, parecia que havíamos entrado em outra dimensão.

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O cara me vendeu esse chapéu por um quinto do preço inicial.

Passamos pela Catedral e em seguida fomos ao museu da Inquisição. Lá, estão exibidos os instrumentos de tortura que a Igreja usava na época, descrições das heresias, forcas, guilhotinas, celas e outras coisas que dão arrepio e deixam o clima pesado. Pra desafogar a atmosfera, compramos umas cervejas e caminhamos por cima da muralha tentando lembrar a letra de “Elephant Love Medley Song”.

O Castelo

Depois do almoço, fui à praia pra ver como era o ambiente sem a galera toda do dia anterior, já que era segunda-feira. E era a mesma coisa, mas sem a galera toda. Enfim, eu não sou de praia, definitivamente. De volta ao hostel, nos reunimos novamente e fomos ao Castillo de San Felipe. É uma construção de quase 500 anos que servia como defesa do Vice-Reino de Nova Granada à época da colonização. Lá do alto, é possível ver grande parte da cidade e presenciar um pôr-do-sol muito bonito.

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Eu sei que é covardia fotografar pôr-do-sol, mas quem resistiria a essa imagem?

No caminho de volta para o hostel, já à noite, paramos em uma praça onde um saxofonista fazia seu número. Foi um encerramento à altura da beleza da cidade. Na manhã seguinte, na rodoviária, deixamos a cidade da muralha ao som de “Evidências” em espanhol, interpretada por uma cantora que era a versão colombiana da Roberta Miranda.

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Escrito por Filipe Teixeira

Escritor amador e ansioso profissional.