El viajero – Parte 1 – Manizales

30 de abril de 2012 | Escrito por Filipe Teixeira | Diário de viagem, Oreo - Eu na Colômbia

No Brasil, eu estava acostumado a moldar meu fim de semana de acordo com a programação da Sky, no máximo ia ao cinema. Aqui eu não tenho TV, então era internet mesmo, e até tinha retomado a rotina de ver filmes no cinema e veio aquela sensação, já descrita aqui, de estar fazendo a mesma coisa. Mas eis que descubro em mim el espíritu viajero.

Indo para Manizales

manizales

O Manuel e a Karol são de Manizales, que fica no Departamento de Caldas, a 5h horas de carro de Medellín. Assim como no Ceará, 19 de março também é feriado aqui, e caiu numa segunda. Então, na sexta-feira à tarde, saímos de Medellín eu, Karol e Manuel. Viajar na Colômbia é um sobe-e-desce constante: partimos dos 1.500 metros de altitude de Medellín, descemos até os 600 metros de altitude de La Pintada e depois subimos até os 2.100 metros de altitude de Manizales. E com a variação da altitude, varia também a temperatura. Em Medellín, 25°, em La Pintada, 30° à noite, e depois 17° em Manizales.

Nevado del Ruiz

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No sábado, eu fui ao Nevado del Ruiz. É um vulcão de mais de 5.300 metros, mas como estava em alerta amarelo, só pudemos subir até os 4.600 metros, e neve que é bom, só de longe, embora, dois dias depois, em Manizales, encontramos um casal de Medellín que foi ao Nevado no domingo e disse que nevou tanto que ficou chato. Semanas depois, uma colega de trabalho me disse que uma semana antes de eu ir, tinha ido e que caiu tanta neve que doeu o braço dela. A vida é dura. Bom, quando chegamos aos 4.600 metros, fizemos o que todo mundo faz quando chega ao (quase) topo de uma montanha: descemos. Mas eu não sou tão blasé assim. Foi bastante divertido e experimentei um frio que até então nunca havia passado. Não sei exatamente quanto, mas seguramente menos de 5°C. Isso porque fazia sol. Além disso, as roupas de frio nos deixam muito mais bonitos. Percebi lá que brasileiro é sucesso. Tiramos a bandeira da bolsa e ouvimos: “Ah, yo quiero una foto con los brasileros!” E no meio das pessoas que estavam na excursão havia um russo que pensava que no Brasil se fala espanhol. Eu não sabia que ainda existia essa dúvida.

Manizales em si

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Chamam Manizales de “a cidade dos três efes: fria, fea y falduda”, traduzindo livremente, “fria, feia e cheia de ladeiras“. É verdade que é bem fria. Não dá pra sair com uma blusa só, e é cheia de ladeiras mesmo, é um abismo atrás do outro. Mas feia não. Nem se compara a Medellín, que é linda, mas não se pode dizer que é uma cidade feia. Eu não conseguiria morar lá, porque é pequena e tal, mas feia não.

Família Cano

Ficamos na casa do Manuel e da Karol. Fomos recebidos da maneira mais calorosa possível. Primeiro pelo Sam, que, segundo seus donos, nunca late, mas pra mim ele latiu; e depois pelo seu Fernando e pela Dona Rosario, que nos deu de comer (muito e bem). Eles formam uma família espetacular, que dá aquela invejinha branca de não ser a sua.

El espíritu viajero

Encontrei a companhia perfeita para viajar. Embora ela me obrigue a utilizar todo meio de transporte que se mova pendurado por um cabo e ria do meu medo de altura, ela consegue transformar o mapa turístico de uma cidade na coisa mais divertida possível. Foi o que fizemos em Manizales. E esse espíritu viajero não acabou lá, nos quatro fins de semana seguintes, conhecemos mais cidades do que eu conheci no Brasil em anos.

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Escrito por Filipe Teixeira

Escritor amador e ansioso profissional.