Tempo, tempo, mano velho… – Parte 2

24 de março de 2012 | Escrito por Filipe Teixeira | Diário de viagem, Oreo - Eu na Colômbia

… continuando, voltei a ir ao cinema. Isso por um lado é bom, porque retomei a minha vida normal de ir ao cinema todo final de semana, mas, por outro lado, me toquei que estava fazendo as mesmas coisas que sempre fiz. Ou seja, vim pra outro país, podendo dar um ctrl alt del e fazer outras coisas, não, estava sendo o mesmo cara de sempre fazendo as mesmas coisas de sempre, só que em espanhol.

And the Oscar Goes to…

Mas pelo menos assisti a bons filmes. E todo mundo sabe que eu sou viciado em cinema, principalmente quando chega perto do Oscar. Faço apostas em todos os sites de cinema e também com o Minhoca, embora ele nunca assista aos filmes. Por isso eu acerto os filmes que ganham e ele não. Por morar a dois quarteirões de um shopping, ficou muito fácil de ir ao cinema todos os fins de semana, mas em breve isso mudaria.

“Sou Poeta Menor, Perdoai”

Meu poeta preferido é o Manuel Bandeira. Mas no Brasil falava sobre Manuel Bandeira pra turmas de 50 pessoas, das quais talvez duas ou três percebessem a beleza e a importância de sua poesia, as outras 47 ou 48 estavam preocupadas com seus cabelos ou relógios com visores touch screen – considerando-os uma ideia genial (Douglas Adams). E qual não foi minha surpresa quando aqui, numa terra que tem seus próprios poetas, dei uma palestra para poucos, mas atentos espectadores sobre o poeta pernambucano, evento que me encheu de regozijo pela atenção e de pesar pela lembrança da indiferença com que a arte nacional é tratada em seu próprio chão.

Clases Particulares de Portugués

Aula particular de português na Colômbia é uma mina de ouro. Tem muita gente aqui querendo aprender português pra ir estudar ou fazer negócios no Brasil. Dei aula pra três pessoas que estão hoje estudando em terras tupiniquins, uma em São Paulo, outra no Rio de Janeiro e outra no Rio Grande do Sul. E não só aulas em cursos regulares, mas também – e principalmente – particulares. Hoje tenho três alunos particulares, dou aula pra empresários na hora do almoço e já recusei outros três alunos porque simplesmente não tenho mais tempo.

Vertigem de Altura É Vontade de Pular

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Voltando ao assunto de o-que-fazer-no-fim-de-semana-que-não-seja-a-mesma-coisa-que-sempre-fiz, em um domingo ameno, eu, Dilne (minha conterrânea – porque os cearenses vão dominar o mundo) e Katarzyna, a polonesa, fomos ao Parque Arví, que, como falei antes, é o Parque do Cocó multiplicado por 15. Lá, remei, me pendurei na tirolesa, caminhei. E quem me conhece sabe que eu não sou disso. Meus esportes preferidos são Snake, Tetris, Stack Attack e Pro Evolution Soccer. Eu não jogo Nintendo Wii porque tenho que me mexer muito. Mas o pior de tudo foi o Metro Cable, que é como se fosse o bondinho de Ubajara, só que muito mais assustador, porque demora muito mais a chegar ao destino e porque balança com qualquer brisa. Eu não dou chilique, mas meu espírito fica que nem a Dona Gloria.

A Modinha Latino-Americana, como Diria Rebeca Braga

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Meu cabelo estava grande, então pedi pro Vini cortar com a máquina porque não confio nos cabeleireiros daqui depois de ver certos cortes de cabelo. O fato é que o Vini não se concentrou o suficiente e fez uma coisa no meu cabelo que eu jamais pensara, mas entrei na onda do ctrl alt del e fiquei com um ar de Robert de Niro no Taxi Driver – embora a Rebeca Braga tenha preferido dizer que eu aderi à modinha latino-americana. Mas eu te perdoo, garota. O pensamento predominante foi “Tá no inferno, abraça o capeta”. Comprei uma jaqueta de couro, aproveitei a noite fria, o cabelo ameaçador e fui pra um bar chamado Underground com o Vini e a Dilne. Lá tomamos cerveja numa jarra. No domingo, fomos eu e a Dilne ao Parque de Los Deseos. Assistimos a A Era do Gelo 2 na praça e, pelo segundo fim de semana seguido, percebi que sair de casa no domingo é divertido, e não preciso, necessariamente, ir ao cinema, porque a cidade me oferece várias opções pra eu aproveitar que não seja a impessoalidade de um shopping.

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Escrito por Filipe Teixeira

Escritor amador e ansioso profissional.